Ecopista do Tâmega

Por falta de tempo e outros condicionalismos da vida a D. Isaura ficou por casa, quase todo o verão, a acumular teias de aranha e demais bichesa que por lá se foi fixando, era hora de a resgatar das trevas e a levar a passear por uma luminosa pista “fofinha”…

A Ecopista do Tâmega foi a escolhida para o passeio que haveria de fechar o verão.

Denominada inicialmente Caminho de Ferro do Valle do Tâmega, ligava a estação de Livração (Marco de Canavezes), Linha do Douro, à estação de Arco de Baúlhe (Cabeceiras de Basto). Com a desactivação desta linha, no dia 1 de janeiro de 1990, foi transformada numa via para passeios pedestres e de bicicleta, a ecopista inícia-se  ao km 12,467, na cidade de Amarante, e termina ao km 51,733 em Arco de Baúlhe.

12,467 Amarante
16,700 Túnel de Gatão
17,500 Gatão
20,300 Ponte de Santa Natália
20,897 Chapa
24,389 Ponte das Carvalhas
25,724 Codeçoso
27,472 Ponte do Barreirinho
29,200 Lourido
34,267 Celorico de Basto
36,200 Britelo
38,737 Ponte de Caniço
39,417 Ponte de Matamá
40,200 Mondim de Basto
43,440 Padredo
45,285 Canedo
47,853 Vila Nune
51,733 Arco de Baúlhe

Antes de iniciar a pedalada na ciclovia aproveitei para uma visita rápida ao centro de Amarante onde destaco, pela sua beleza, a ponte e Igreja de São Gonçalo património digno de servir de pano fundo para um registo fotográfico.

Debaixo de um calor forte lá fui serpenteando por entre o casario antigo, por ruelas mais ou menos apertadas fui galgando caminho em direcção à ciclovia, parando aqui e acolá para registar o momento…

Rápido alcancei o inicio do percurso… estação de Amarante. Um edifício sem grande beleza arquitectónica mas que merecia uma reabilitação, bem como, o espaço circundante que pouco dignifica a cidade e o percurso.

Já na pista lancei-me à descoberta da beleza paisagistica e do património edificado… poucos quilometros andados alcancei o único túnel deste percurso, a sua frescura ajudou a equilibrar a temperatura corporal e funcionou como uma espécie de portal para outra dimensão.

Num ápice atinjo a estação de Gatão. O edifício sofreu recentemente obras de requalificação transformando-o num atraente equipamente que certamente servirá de apoio a todos os utilizadores da Ecopista.

Aqui e ali pequenos aglomerados habitacionais salpicam de cor o verde vivo da paisagem e as conversas das gentes que por estes dias andam na vindima rompem a melodia do rio que nos acompanha de perto ao longo de quase todo o percurso.

Ao quilometro 20,300 apresenta-se a primeira ponte, a de Santa Eulália e depois desta teremos a das Carvalhas, mas antes encontramos a estação de Chapa, edifício ocupado como habitação… depois de ultrapassar a já falada ponte das Carvalhas encaminhamo-nos para Codeçoso. Este tramo do percurso, Chapa – Côdeçoso, com uma extensão aproximada de 5 km encontra-se em terra batida o que para a roda fina da D. Isaura provocou alguns sobressaltos, mas com cuidado lá fomos até encontrar o piso fofo. Prevê-se que com a conclusão das obras da nova barragem de Fridão, a Ecopista fique totalmente ciclável em piso macio.

Neste ponto encontrava-me a sensivelmente 9 km de Celorico de Basto, o verdadeiro epicentro desta ciclovia, uma estação remodelada a fervilhar de atividade, com um anfitrião para nos acolher e registar o momento numa fotografia para a posteridade, gente que passa a caminhar, as crianças que brincam com os seus skates…

O local convida a uma paragem mais demorada, impõe-se a visita à Estação e a uma carruagem, de outros tempos, que se encontra em exposição em frente ao edifício da referida Estação.

Ouvi esta semana que o mesmo será adaptado para Pousada da Juventude o que me parece ser uma excelente ideia.

Passado o centro da cidade volto a entrar num cenário rural onde desponta no horizonte o Monte Farinha conhecido também por Senhora da Graça que me haveria de acompanhar até ao terminus desta aventura.

A ponte do Caniço ilustrada na foto acima é um belo miradouro, para além da vista do imponente Monte Farinha também nos oferece a vista sobre o rio que aqui dobra o monte que acolhe o Água Hotel.

Não mais de um quilometro avistamos a ponte de Matamá e logo adiante a estação de Mondim, que apesar de estar em mau estado de conservação e ter sinais de de visita dos amigos do alheio, alberga belos quadros de ajulezos onde se retrata a vida das gentes de terras de Bastos. A sua adaptação a um equipamento de apoio seria um fim muito digno a este espaço.

A estação de Mondim foi o meu ponto de chegada por hoje ficando a promesa de regressar brevemente para completar os 11 km que faltaram…

Destaco positivamente a tranquilidade e beleza do percurso e os edifícios recuperados. Negativamente o excesso de barreiras que impedem a entrada de outros veículos. Registo com agrado que muitas delas foram suprimidas e outras retiradas e colocado em sua substituição pinos que facilitam a normal progressam dos utilizadores de bicicletas ou caminhante, dificultando igualmente o acesso à pista a veículos motorizados.