Passadiços do Paiva

Depois de uma semana de incerteza quanto ao tempo para o dia de sábado eis que S. Pedro faz um brilharete e fecha as torneiras divinas para que a travessia dos Passadiços do Paiva fosse um sucesso!!!

Sobre a margem esquerda do Rio Paiva, no concelho de Arouca, desenvolve-se este tapete de madeira que ao longo de quase 9 Km`s proporciona um passeio por paisagens de beleza impar, junto a descidas de águas bravas e afloramentos rochosos que guardam em si verdadeiros tesouros. Um percurso de dificuldade média, devido ao grande desnível que há que vencer.

De forma a tornar o percurso menos duro e acessivel a todos foi efetuado no sentido praia fluvial do Areinho – praia fluvial de Espiunca, encontrando-se, entre as duas, a praia do Vau com a sua magnífica ponte suspensa.

E assim, no quilómetro zero lá iniciamos uma viagem pela biologia, geologia e arqueologia do local que é reconhecido pela UNESCO como Património Geológico da Humanidade.

Mal  colocamos os pés ao caminho a paisagem abriu um quadro que possibilitou ver que o que estaria pela frente seria coisa para suar, literalmente, a camisola…  não me enganei… uns mais que outros, lá no alto, pareciam saídos de uma sala de sauna!

Este percurso serpenteia as cristas quartzíticas onde o rio talha um vale em garganta profundo…  este local de inicio do percurso é, também, conhecido por Garganta do Paiva, um dos geossítios classificados do Geoparque.

Foto:

Vencida a subida rápido alcançamos mais um geossitio a Cascata das Aguieiras, a vista daqui é de cortar a respiração, esta cascata tem a sua origem a partir da queda de água da ribeira das Aguieiras que, após percorrer Alvarenga, cai vertiginosamente sobre as escarpas que ladeiam o Paiva.

O miradouro convida a uma pausa para beber toda esta beleza, fotografar, estabilizar a respiração para dar inicio à descida por entre um escadório que vai abraçando a montanha e que ao atingir a sua base totaliza, aproximadamente, 500 degraus!

Findo este tramo do percurso estão terminadas as dificuldades, daqui até ao final o percurso é praticamente plano… mas não vamos falar já do final, pois, ainda há muito para ver até lá…

Ao aproximarmo-nos da Praia Fluvial do Vau, mais um dos geossitios, é possivel avistar uma ponte de arame que permite ligar as duas margens do rio nessa zona, o percurso não exije a travessia da ponte, mas, fazê-lo é quase obrigatório. A perspectiva desde a ponte é completamente diferente daquela que as margens nos proporcionam… e do cimo também temos uma noção mais nítida do termo “águas bravas”.

Depois da experiência “Indiana Jones” lá seguimos caminho onde não faltam motivos para fotos e mais fotos… não há bateria que aguente tamanha beleza!

Aqui um pedaço de percurso que se faz fora do passadiço, não oferecendo qualquer dificuldade e antecede o final do percurso junto à praia fluvial de Espiunca.

Este percurso é de uma beleza incrível e pretendo voltar, numa outra época do ano, onde certamente a paisagem se apresentará de outra forma. Por estes dias o rio corre cheio, com uma corrente demolidora, fazendo jus ao nome de “rio de águas bravas”, no entanto, se oferece uma coisa, tira outra, ou seja, não há areais junto às praias, não há possibilidade de molhar o dedo do pé… nem sequer há sol!

É isso que irei procurar quando voltar… se encontrar… eu conto.

Até lá, Boas Caminhadas…

7 opiniões sobre “Passadiços do Paiva

  1. Obrigada pelos posts sobre caminhadas e percrsos pedestres em Portugal, na minha experiência não é fácil encontrar este tipo de informação e relatos de quem fez realmente os percursos! 🙂

  2. Vale bem a pena a visita… e depois para repor as calorias, nada melhor que, ir a Alvarenga comer um bifinho.

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