PR1 – Trilho do Rio Febros

Aproveitando algumas abertas que o S. Pedro foi dando no fim de semana, meteorologicamente falando, calcorreamos o redesenhado e, agora, bem sinalizado PR1 – Trilho do Rio Febros.

Este percurso de pequena rota por caminhos ribeirinhos, percorre as freguesias de Avintes, Oliveira do Douro e Vilar de Andorinho, no concelho de Vila Nova de Gaia, tendo o seu inicio junto ao Cais do Esteiro, foz do rio Febros, finalizando nas traseiras do Parque Biológico de Gaia (Rua de S. Tusso), numa extensão de 4.5 Km, com grau de dificuldade fácil.

Outrora o rio Febros, efluente do Douro, foi de grande importância económica para a população, prova disso são os inúmeros moinhos que ainda se podem ver ao longo de todo o percurso, bem como, os espigueiros, local de armazenamento dos cereais cultivados nos campos contíguos ao Febros.

O Cais do Esteiro, onde no passado atracavam os valboeiros e de onde partiam carregando, entre outros produtos, a afamada Broa de Avintes… tem à nossa espera um restaurante de onde sai um aroma que inebria os sentidos e poderá ser uma opção para abastecimento no final do percurso!

Mas vamos lá desenrolar o novelo do percurso…

…já a manhã ia alta, partimos contra-corrente… largando as amarras no já falado Cais…

Percorrendo o empedrado, gasto pelo tempo, desembocamos na estrada que segue para o Areinho, uma via quase sem movimento, por estes dias, contrastando com o frenesim da época balnear!!! Esta centena de metros até encontrar a “avenida” estivemos sempre escoltados por um casario cansado e gasto pelos anos, a “avenida” aparece logo ali à mão direita, pintada em tons de verde, onde o castanho, da terra húmida, rasga o caminho a tomar.

Até ao final do percurso será assim, uma paisagem tipicamente rural, divorciada do tempo… mas a quem o rio nunca abandonou, fazendo-se ouvir a todo o instante.

Ao longo do percurso os tanques públicos marcam a sua presença, embora hoje funcionem, quase, como lembranças do passado… no entanto, mais à frente veremos que ainda há quem esfole os dedos nas suas pedras!

Um dos pontos menos interessantes do percurso é a degradação habitacional, com imensas casas devolutas e a construção a não respeitar qualquer critério urbanístico… de muitas construções apenas resta o esqueleto e as memórias.

Este caos urbanístico, por outro lado, confere ao percurso uma “beleza” diferente… uma paisagem de contrastes, por vezes, até um pouco sinistra o que para as fotografias dá uma certa teatralidade!

Nesta fase do percurso valeu-nos o pórtico adornado pela vegetação para protecção da chuva que decidiu aparecer… não foi muita nem durante muito, mas deu para molhar a roupa, a do corpo e a que se encontrava no estendal ali ao lado de mais um tanque… este com clientes, a julgar pela roupa ali colocada.

Ainda S. Pedro não tinha fechado as torneiras divinas, prosseguimos caminho por entre becos e ruelas e um casario triste…

Terminamos o percurso com esta vista inundada de cheiros a terra fresca…

Uma vez que o terminus do percurso faz fronteira com o, bonito, Parque Biológico de Gaia, impõe-se uma visita, podendo aproveitar o parque de merendas para um lanche ou, somente, para retemperar forças para o regresso…

Boas caminhadas.

Todas as fotos aqui

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