PR1 CBT À Volta do Castelo e “Villa de Basto”

Antes do virar de página de mais um ano ainda houve tempo para mais uma actividade ao ar livre, uma caminhada por terras de Basto, um percurso que já estava “agendado” há vários anos, mas, por motivos vários ainda não tinha sido possível concretizar.

PR1- À volta do Castelo de Arnoia e antiga Villa de Basto é um percurso de pequena rota que se desenvolve em dois círculos distintos. A partida e chegada acontece na aldeia do Castelo, antiga Villa de Basto que foi sede do concelho de Celorico de Basto até ao ano de 1719.

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O Castelo de Arnoia, em volta do qual todo o percurso se desenrola, é referido em documentos datados do ano de 1064, aludindo ao Castellum Celorici et oppido ibi.

Este Castelo enquadra-se na arquitectura militar da época românica, existindo nele elementos que concorrem para ser inserido nesta arte: a torre de menagem; a existência de uma única porta (a multiplicação de aberturas tornavam a defesa do Castelo mais vulnerável); a cisterna subterrânea no pátio amuralhado (com objetivo de conservar as águas pluviais perante uma possível guerra de cerco) e, por fim, o largo adarve, que define uma planta triangular.

Aproveitamos o largo da Capela de Santa Luzia para aparcar e dar inicio ao nosso percurso…

A primeira parte do percurso ou o “primeiro círculo” faz-se no núcleo habitacional próximo ao castelo e por caminhos florestais levando-nos da aldeia do Castelo até ao monte do Calvelo onde se encontra edificada a Capela do Senhor do Calvário, tem uma extensão aproximada de 4.250 m com um grau de dificuldade baixo, 

Mas, antes de lá chegar ainda há muito para ver e descobrir… desde logo as “Alminhas do Castelo“, património representativo da religiosidade que, por norma, se encontram instaladas à beira dos caminhos ou em encruzilhadas.

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Aproveitamos o fator frescura física para subir até ao castelo, ao alto da sua torre de menagem e ter o privilégio, graças ao céu limpo, avistar toda a beleza natural da região.

O Castelo encontra-se sempre aberto, pelo que a visita está assegurada…

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Terminada a visita prosseguimos em sentido descendente até à aldeia onde se destacam alguns edifícios históricos. Apesar da sua importância encontram-se em avançado estado de degradação!!! Como é o caso do edifício que albergou a Cadeia e Casa das Audiências, utilizado desde o séc XVI, símbolo do poder judicial…

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…e da Casa de Boticas, séc. XVIII, a farmácia dos tempos modernos.

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Uns metros adiante, nas imediações do Centro Interpretativo encontramos mais elementos de grande significado, o pelourinho e o tanque comunitário e fonte, este último um elemento essencial à vida da comunidade e ponto de encontro.

Deixamos para trás o núcleo habitacional e seguimos por um caminho de terra batida até ao alto do monte de Calvelo, deste local temos uma vista privilegiada sobre o Castelo e serras circundantes.

Esta primeira parte do percurso, na minha opinião, não prima pela beleza, nem tem um grande interesse histórico-cultural, à excepção do núcleo em volta do Castelo, pelo que, quem pretender fazer este PR com crianças ou para quem não pretender fazer muitos quilómetros poderá subtrair esta parte do percurso.

A segunda parte é de grau de dificuldade mais elevada, um pouco mais extensa, mais ou menos  6.750 m e mais apaixonante em termos de paisagem.  Podemos considerar que este segundo troço inicia-se a partir da passagem pelo restaurante “A Forca”, localizado ao lado do centro interpretativo.

Seguimos em sentido descendente até ao fundo do vale, por entre campos agrícolas, onde a cultura da vinha domina.

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Passagem pela Casa de Sequeiros, um solar oitocentista com capela.

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Ultrapassado um pequeno ribeiro inicia-se uma subida acentuada até ao Miradouro de Penícia, um bom ponto de paragem para retemperar forças e para fazer mais um registo fotográfico do Castelo.

Daqui temos uma maior percepção da localização, quase inacessível do Castelo, dada a forte pendente da formação rochosa onde está edificado. 

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Ultrapassada a maior dificuldade do percurso, o regresso até à aldeia do castelo faz-se sem dificuldades dignas de registo…

Os Moinhos de Combro certamente tiveram grande importância para a economia dos habitantes locais, mas hoje, são mais um amontoado de pedras com telhado, onde a vegetação se encarrega de ir tapando a desgraça em que se encontram…

Passagem pela calçada tradicional, muito antiga, a chegar ao lugar de Chelo.

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O restante percurso até à aldeia e às imediações do Castelo fez-se de forma rápida por entre belos quadros rurais…

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Um pouco mais de história sobre o Castelo de Arnóia:

“A sua construção deve ser entendida no movimento de encastelamento que entre os séculos X-XII marcou o território europeu com a intenção de defender as populações locais contra investidas inimigas.

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Todavia, não poderemos entender a construção deste Castelo em termos de defesa territorial, mas, sobretudo, como marco de um espaço geográfico em reorganização: encabeçando a Terra de Basto, gerou-se junto a ele uma povoação denominada por Vila de Basto.

No entanto, o seu isolamento e a limitação de espaço que impedia a expansão da vila poderão estar na origem da transferência da sede concelhia para a freguesia de Britelo, no ano de 1717, e que veio a ser mais tarde designada de Celorico de Basto.

O abandono do Castelo deu-se precisamente a partir do ano de transferência da sede do concelho, quando as elites deixaram a pequena Vila de Basto e fixaram residência em Britelo.

Sinónimos do abandono, no dealbar do século XX, os sinais de degradação eram evidentes nas aduelas da cobertura que se encontravam no seu interior, na silharia com rombos e múltiplas deslocações ou na torre de menagem reduzida às suas paredes.

Esta situação permaneceu até à década de 1930, quando se iniciaram as diligências com vista à classificação deste monumento. Este processo só ficou concluído em 1946 com a sua classificação como Monumento Nacional.”

fonte  | rotadoromanico.com

Agora é a vossa vez… encontramo-nos brevemente numa outra aventura, até lá, boas caminhadas.

4 opiniões sobre “PR1 CBT À Volta do Castelo e “Villa de Basto”

  1. Com carinho foi certamente porque sempre adorei história, factos históricos, o conhecimento foi um pouco de pesquisa… 🙂

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