PR3 – Vale de Aveloso – Cinfães

Com o “acampamento base” a poucos quilómetros de um património natural de elevada beleza, seria um crime não aproveitar essa oportunidade para passear em tais cenários, regressamos então ao concelho de Cinfães para calcorrear o quinto percurso por estas terras.

O percurso pedestre do Vale de Aveloso é um percurso circular, em forma de oito, muito bem sinalizado, com início e fim na junta de freguesia de Tendais. Um trilho de 11 Km e um grau de dificuldade moderado. Um percurso marcado pela existência de muita água,  de vertentes acentuadas, de caminhos alagados, de campos ensopados, onde fintar estes obstáculos poderá não ser tarefa fácil, principalmente, na época das chuvas.

A Freguesia de Tendais é composta por 15 lugares habitados, não existindo enquanto povoação, correspondendo apenas a uma designação que congrega todas as aldeias.  A origem do topónimo “Tendais”, segundo a lenda, teria a ver com grupos de tendeiros que há muitos anos atrás acampariam nesta região.

Depois desta breve introdução vamos meter pés ao caminho…

Com estacionamento contíguo à Igreja aparcamos aí a viatura e seguimos até à Junta de Freguesia onde se inicia o percurso. Daí começamos logo da melhor forma, em ascendente.

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Depois de fazer o atravessamento da estrada N321, seguimos por uma área rural até à aldeia de Macieira.

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Por calçadas antigas e caminhos murados seguimos até a ribeira de Covais, o seu atravessamento não foi problemático, no entanto, em dias de chuva poderá não ser fácil, quer pelo caudal da ribeira, quer pelo facto de o atravessamento ser efectuado saltando de pedra em pedra.

A região é essencialmente rural e os seus habitantes, ainda hoje, se dedicam na sua maioria a actividades agrícolas e pecuárias, com especial destaque para a criação de gado bovino (raça arouquesa), bem como ovelhas e cabras.

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Os rios correm para o mar e as águas dos montes correm para os rios e ribeiras, logo, este caminho paralelo à ribeira tornou-se numa verdadeira aventura para transpor sem molhar as meias!!!

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Um pouco adiante, o caminho oferece dupla possibilidade de seguir em direcção a Aveloso, nós optamos por seguir pela direita, a meu ver o melhor caminho, tendo em conta que o regresso foi feito pelo caminho da esquerda que nos pareceu mais irregular e ainda mais inclinado do que aquele que foi a nossa opção.

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Chegados a Aveloso, famintos e sequiosos, tratamos de inquirir a primeira pessoa com quem nos deparamos sobre a existência de um café, um tasco, ou algum local para beber… com dificuldade lá fomos encaminhados para as opções disponíveis no local… as fontes da aldeia! Do mal o menos…

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Como vem sendo hábito, o repasto fez-se em solo sagrado, sob o sol quente de inverno, com a companhia de um “fiel amigo” que parecia tão faminto quanto nós… e porque estávamos em solo de Deus, seguimos as suas demandas: – Dar de comer a quem tem fome.

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Finda a refeição não perdemos muito tempo para voltar a colocar pés ao caminho, uma visita rápida pela aldeia, deu para comprovar aquilo que saltava à vista… esta é seguramente a aldeia mais empobrecida por onde passamos, num isolamento ainda maior que qualquer das outras aldeias por aqui visitadas!!!

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A descer todos os santos ajudam e por isso não foi difícil regressar novamente ao “cruzamento do oito”. Daí seguimos a direito até à aldeia de Meridões, pelo caminho duas pausas, uma para falar com o pastor de um pequeno rebanho, que à nossa abordagem nos acolheu num sorriso franco. Ali, a quilómetros de distância da povoação onde reside, só ele, só mas não sozinho… e todo um mar de verde, os seus animais e o cantos de aves.

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Adiante, uma outra figura, mulher de estatura baixa, gasta pela passagem dos anos e pela dureza da terra, à nossa saudação, o mesmo sorriso do pastor, aberto, de felicidade como a convidar a “duas de letra”. Assim fizemos e ambos ganhamos com a conversa.

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Atravessamos o coração da aldeia e prosseguimos em direcção a Tendais. Descemos, uma vez mais, até ao nível da ribeira para vencer de seguida o último ascendente do dia.

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Desta margem é possível observar com clareza a forma engenhosa, os socalcos, como as populações venceram os desníveis acentuados das vertentes da serra adaptando-os para a agricultura.

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Guiados pela torre sineira dirigimo-nos até à Igreja local onde terminamos mais uma viagem fantástica…. 

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… Boas caminhadas.

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