Esta é a ecopista que melhor conheço, aquela onde mais vezes circulei embora sem nunca ter pedalado toda a sua extensão, cerca de 40 km, de uma só vez… mas aconteceu agora.
A Linha do Tâmega ligava a estação de Livração no Marco de Canaveses à estação de Arco de Baúlhe em Cabeceiras de Basto, numa extensão aproximada de 50 quilómetros.
No entanto, em 1990 os serviços ferroviários foram cancelados entre Amarante e Arco de Baúlhe deixando a linha e todo o património ao abandono até que as autarquias dos territórios por onde a mesma passa unissem esforços para a recuperação do canal e de algumas infra-estruturas, oferecendo às suas populações uma área de excelência para a prática desportiva e de lazer.
Parti e não fui só… este primeiro troço percorre o município de Amarante ao longo de 9 km, inicia-se um pouco depois da estação local e termina na estação de Chapa.
Atravessamento do túnel de Gatão, 150 m, o único ao longo de todo o percurso. Um pouco adiante a recuperada e belíssima estação de Gatão.
Rodeados de verde prosseguimos a todo o vapor imaginando como seria ser maquinista noutros tempos… o privilégio de guiar a máquina ao longo de paisagens tão fascinantes.
Nesta fase do percurso a ecopista dá lugar a um percurso de terra batida mas ciclável, estes cerca de 3 km aguardam a sua conclusão para depois das obras da possível barragem de Fridão.
Aqui entramos numa segunda etapa, a mais extensa, 21 km, mas também a mais espectacular, com paisagens magníficas sobre o vale do Rio Tâmega. Começa um pouco antes da Estação de Codessoso e termina adiante de Canedo de Basto no lugar de Dentro.
A estação de Celorico de Basto acolhe o núcleo interpretativo da antiga linha férrea e possui alojamento para aqueles que pretenderem fazer esta viagem por etapas e ir descobrindo o que estas terras têm para oferecer.
O monte da Senhora da Graça ou monte Farinha, como também é conhecido, destaca-se dos demais… os seus 947 metros elevam-no até “próximo” do céu.
Por vezes a beleza da paisagens leva-nos a distracções que deixam marcas… pequenas nódoas, grande ensinamentos.
No lugar da Mulher Morta em Vila Nune inicia-se a última parte desta ecopista, 5 km, quase sempre em sentido descendente leva-nos até à estação de Arco de Baúlhe, estação terminal.
Pedalada atrás de pedalada lá se vão vencendo os quilómetros, tentando enganar o cansaço e a fome com o fim do percurso!!! A antiga estação de Arco de Baúlhe alberga o Museu das Terras de Basto, que integra um Centro Documental e um Núcleo Ferroviário, neste, para além do próprio edifício e de várias peças ligadas ao mundo da ferrovia destacam-se algum material circulante que foi recuperado.
Esta estação foi várias vezes galardoada, em 1962, com o primeiro prémio no concurso das estações floridas e em 1970 no concurso das estações bem cuidadas. Que pena os nossos governantes não dêem continuidade a estas ideias, a estes concursos.
Iniciamos o regresso a Amarante com o estômago a roncar…
Havíamos visto em Canedo um cafézito que laborava nos antigos armazéns da estação e era essa a próxima paragem. Íamos a contar com umas sandochas mas havia comida da panela, aproveitamos para forrar um pouco melhor o estômago, acumular energia para os restantes 30 Km!!!
Depois de muito Parar para Escutar e Olhar a paisagem terminamos mais uma aventura… agora é a vossa vez…
Folheto informativo aqui percurso GPX aqui
Boas pedaladas.
Mais uma interessante, educativa e bem documentada reportagem, até dá vontade de voltar lá e repetir a pedalada.
Obrigado Paulo, uma ecopista que atravessa várias regiões de que gosto muito, de boa gente, boa gastronomia e magníficas paisagens. Bons argumentos para repetir a pedalada.
Obrigada pela partilha. Gostei do passeio!
Obrigado Dulce
Belíssimas paisagens. Obrigada pela partilha 🙂
Belas fotos, belo sítio. Algum do património edificado poderia ser utilizado para apoiar quem circula na ecopista, para comer ou beber alguma coisa, descansar e repor a energia (sem grande viabilidade económica, é verdade, mas esse é um problema de pescadinha de rabo na boca).
Obrigado 🙂
É verdade Telmo, a recuperação desses equipamentos permitiria perpetuar a memória e não teriam de ser obrigatoriamente para apoio à Ecopista, poderiam ser entregues a associações para desenvolverem as suas actividades.
Seria interessante anexar ligações para mapa e altimetria do percurso. Alguém sabe onde encontrar?
Obrigado e cumprimentos
Luis, anexei à publicação um folheto informativo e um ficheiro GPX, com o perfil do percurso, que poderá descarregar para um dispositivo compatível.