PR3 – Fisgas de Ermelo

O PR3 – Fisgas de Ermelo é um percurso circular de 12,4 Km que se inicia na Aldeia de Ermelo junto à igreja Paroquial e nos conduz pelas paisagens de excelência da serra do Alvão,. O grau de dificuldade é moderado, embora em alguns locais poderemos considerar difícil. Em termos de sinalização encontra-se muito bem sinalizado, no entanto, podem sempre fazer-se acompanhar de um ficheiro GPS – usei este.

Um percurso, na minha opinião, para ser feito durante a primavera ou o outono.

“Ermelo deriva provavelmente do germânico lo, que significa floresta e de irmin do qual existem diversas explicações entre as quais a palavra “divino” ou a referência ao antigo deus germânico de nome Irmin.

Uma outra explicação  para a palavra é eremus, proveniência latina cujo significado é solitário ou desértico.”

Caminhada

Iniciamos o nosso percurso um pouco antes do inicio oficial do mesmo, junto ao café, no coração da aldeia. Atravessamos a aldeia por entre casas e muros de xisto e à medida que abandonamos o casario, a natureza começou a abraçar-nos…

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Iniciamos a descida por entre uma paisagem bucólica que nos leva até à ponte de madeira que faz o atravessamento da Ribeira de Fervença. Daqui em diante, como diz a placa, não há wi-fi… a “conecção” é outra (já não chegava vandalizar o património!!!) e quase sempre em sentido ascendente até à aldeia de Varzigueto.

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A subida inicia-se na margem oposta, primeiro num caminho estreito, sobranceiro à ribeira, ladeado por uma protecção de cordas, abrindo adiante, para uma espécie de estradão “corta-fogo”  com bastante pedra solta… 

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Da Lomba do Bolhão, a meio da subida, já é possível observar a queda de água das Fisgas… uma pequena paragem para respirar, para registar o momento em foto e prosseguir em passo lento.

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O percurso prossegue num segmento mais técnico, por um solo em pedra que quando molhado se torna escorregadio. Quanto mais alto vamos subindo mais longe a nossa vista vai alcançando, daqui já é possível observar o monte da Senhora da Graça desde o cume até à base.

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Continuamos em sentido ascendente até ao Alto da Cabeça Grande um novo miradouro sobre a queda de água e onde é possível ter a noção exacta da profundidade do desfiladeiro por onde corre o rio Olo e que segundo o painel informativo é abrigo para uma enorme variedade de espécies animais e vegetais.

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A cascata com os seus 200 metros de desnível, feita em vários patamares é uma das maiores quedas de água de Portugal e uma das maiores da Europa.

Prosseguimos depois em direcção às Piocas de Cima, pequenas piscinas naturais que em dias de calor serão um local de paragem obrigatória para um mergulho.

Depois de um pequeno momento de descanso junto às Piocas de Cima, para ajudar a recuperar da longa subida, prosseguimos por entre o pinhal, guiados pelo brilho dos sacos de resina fincados aos troncos. Descemos até ao nível do rio que fomos percorrendo, paralelamente, até à aldeia.

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Esta aldeia incrustada sob a massa rochosa da montanha, aos 745 metros, está de mãos dadas com o rio Olo.  Depois de cruzar o povoado seguimos pela estrada. Uma centena de metros adiante, depois de passar sobre a ponte, volvemos à esquerda e prosseguimos novamente em sentido ascendente até à Cancela do Miradouro. Um deslumbrante “varandim” sobre a paisagem.

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Por um piso de alcatrão, em sentido descendente, que mais tarde dá lugar a um caminho florestal com bastante pedra solta avançamos até ao Miradouro das Fisgas de Ermelo, a oportunidade de uma nova paragem para observar a mesma paisagem de outra perspectiva.

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Se até à Cancela do Miradouro o sentido foi sempre ascendente, agora estamos no reino das terras que descem… daqui até ao Fojo pelo trilho mas difícil tecnicamente, devido à grande quantidade de pedra solta.

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Ao longo da descida é possível observar as Piocas de Baixo, no entanto, como o céu azul começou a dar lugar a um mais cinzento, acompanhado por uma massa de neblina, decidimos não descer para as ver mais de perto.

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Voltamos a entrar numa zona de bosque com belas cores, belas árvores, belos musgos, que nos acompanham até à Ponte da Abelheira, onde cruzamos o rio Olo pela última vez.

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Uma última rampa para vencer por entre muros e campos agrícolas antes de entrarmos na aldeia.

Uma mulher jovem conversava com um homem mais velho, este sentado num velho banco… do alto de um escadote, também ele velho, é atirado na nossa direcção – Boas tardes. Devolvemos a saudação enquanto a tesoura de poda prosseguia o seu trabalho por entre os ramos das videiras…

…a pacatez da aldeia é contagiante, que o digam os gatos!

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Sob o telheiro da esplanada do café da aldeia terminamos a nossa caminhada, um percurso que não deixará ninguém indiferente. Se gostaram  têm de sair à descoberta…

… Boa Caminhada.

11 opiniões sobre “PR3 – Fisgas de Ermelo

  1. Uma dúvida. Assisto, aqui no Brasil, as “grandes voltas” e os comentaristas falam muito que tal subida tem 15% de inclinação ou que tal descida é muito técnica etc. Esse percurso que fizestes favorece aos ciclistas iniciantes ou não?

  2. Este é exclusivo para caminhantes, de bicicleta seria muito difícil, pois há partes do percurso que obrigaria a transportar a bicicleta às costas, quer pelas formações rochosas que não permitem circular de bike, quer pela inclinação. Um percurso assim seria para ser feito por ciclistas com bastante experiência pois exige alguma perícia.

  3. Belas fotografias Nelson.
    Mais um rum belo percurso, explorar um dos mais belos e preservados recantos do nosso país, as paisagens da Serra do Alvão. Retive a foto da placa com as recomendações. Seria bom se fossem sempre cumpridas.

    Abraço

  4. Ora viva Paulo, obrigado pelo teu comentário. Já conhecia o local mas nunca tinha aventurado pelo coração das Fisgas. Adorei.
    Quanto às recomendações deveriam ser levadas à letra, no entanto, acho que ainda não estamos nesse nível civilizacional.
    Abraço

  5. Verdade, uma tranquilidade maravilhosa! Curiosidade: cruze-me por lá com um casal de seus conterrâneos 🙂

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