De regresso a Santo Tirso para mais uma caminhada, desta feita, para percorrer o PR1 ST – Histórico Pré-Industrial, um percurso histórico e de natureza com nota máxima – folheto e track GPX aqui.
Este percurso de pequena rota, com uma distância aproximada de 8/9 Km e com um grau de dificuldade médio, tem como principais pontos de interesse a Serra Hidráulica de Pereiras, as Azenhas de Valinhas, as Quedas de Fervença, o Castro do Monte Padrão e o Rio Leça.
Iniciamos a nossa caminhada no Carvalhal de Valinhas, um bonito parque adornado por belos exemplares de carvalhos e sobreiros, alguns centenários, onde se encontra edificada a Capela de Valinhas e onde se realiza anualmente, no mês de setembro, uma romaria, a qual é já referenciada nas Inquirições-Gerais de 1758.
Tomamos a direcção do monte Padrão por um caminho frontal ao parque, uma dúzia e passos adiante encontramos as Azenhas de Valinhas.
Aproveitando a energia da água foram-se estabelecendo ao longo dos vários afluentes do rio Leça, alguns moinhos e azenhas, estruturas vitais para a economia local e onde se desenvolviam as mais distintas actividades, desde a moagem dos cereais, à serração e também o apisoamento de tecidos.
Inicia-se um pequeno ascendente sem grande dificuldade, no entanto, apesar do dia frio previsto, foi suficiente para subtrair parte da roupa que levávamos no corpo.
Vencida esta pequena inclinação encontramos a Capela do Senhor do Padrão, uma pequena ermida setecentista, onde, reza a lenda, foi edificada no lugar onde esteve implantada a antiga igreja e mosteiro beneditino de Monte Padrão.
Abandonamos por momentos o percurso, pelas traseiras da capela, para visitar o Castro do Monte Padrão, uma belíssima estação arqueológica, bem preservada e documentada por painéis que permitem compreender a sua importância histórica.
A mais antiga ocupação registada no Monte Padrão reporta-se ao Bronze Final, séc. IX a.C., período cronológico, a que genericamente corresponde o período de formação da “Cultura Castreja”.
Retomamos novamente o trilho junto à capela e seguimos na direcção do Centro Interpretativo do Monte Padrão, infelizmente encerrado (!), continuamos em cenário rural até ao lugar de Pereiras, onde se encontra instalada a Serra Hidráulica de Pereiras.
Um exemplo da arquitectura pré-industrial e cuja função era a serração de madeira para uso industrial e doméstico, recorrendo à força da água para mover o engenho de serrar. Está classificado como Imóvel de Interesse Público.
Nas proximidades existe um parque de merendas, sendo este, um outro ponto de inicio deste percurso.
Deixado para trás o parque das Pereiras seguimos paralelos ao rio Leça, uma centena de metros, entrando posteriormente num caminho de terra batida, entre muros, que adiante dá lugar a um caminho pedregoso em sentido descendente que obriga a atenção.
Voltamos a abraçar o Leça, rio que nasce na parte sul do concelho de Santo Tirso e corre para o Atlântico, onde desagua junto à cidade de Matosinhos.
Esta parte do percurso é absolutamente fantástica, nós fizemos acompanhando a direcção da corrente, tornando o percurso mais desafiante, face aos vários desníveis que se tem de ir ultrapassando, alguns bastante pronunciados, por rochas húmidas, cobertas por musgos… um autentico escorrega natural!
Um local bucólico pintado em tons de verde e castanho, com pequenas pontes artesanais a acrescentar magia, com o rio a cortar o silêncio em que se encontra envolvido o local e o canto dos pássaros a trazer uma, aprazível, musicalidade natural ao cenário.
As Quedas de Fervença, sucessão de pequenas cascatas que resultam de um acidente geológico natural, são o ex-libris desta parte do percurso, um espectáculo magnífico da natureza!
Depois de uma pausa para capturar momentos prosseguimos o caminho, de pedra em pedra como verdadeiros “salta-pocinhas”.
Abandonamos o rio assim que interceptamos a estrada de alcatrão… a qual seguimos por uma centena de metros para depois iniciar a última subida do dia que nos havia de conduzir novamente ao parque e Capela de Valinhas.
Mais um percurso descoberto, mais um dia bem passado… agora é a vossa vez…
Boas caminhadas.
Viajar e sonhar
É pena é estar tão longe! Bem interessante!
🙂 Um dia quem sabe, vem descobrir alguns recantos do norte do país e pode colocar este na lista ou pode ser apenas um pretexto para vir provar os deliciosos jesuitas de Santo Tirso.
Fica o doce registro!!
😀