Ecopista do Rio Minho

Bike

Arrebatando recentemente o terceiro lugar na cetegoria de Excelência nos European Greenways Awards, competição que premeia as melhores vias verdes europeias,  a Ecopista do Rio Minho deu um salto, para o topo, na minha lista dos locais a descobrir. Rumo ao norte, lá fui aferir da justeza do galardão. 

Esta ecopista que nasceu no antigo ramal ferroviário que ligava Valença a Monção,  divide-se em dois segmentos, o de Valença (9 km) e o de Monção (6 Km), fazendo a junção em Friestas / Lapela, perfazendo o percurso um total de 15 Km, um traçado sem qualquer dificuldade, sempre paralelo ao rio.

O PERCURSO:

129,769 | VALENÇA
                 | Ganfei
132,432 | GANFEI
135,244 | VERDOEJO
137,079 | FRIESTAS
140,300 | LAPELA
                 | Troporiz
142,381 | Senhora da Cabeça
146,152 | MONÇÃO

Legenda: ESTAÇÃO  |  Apeadeiro

O Percurso de Valença inicia-se na Casa da Linha, na Ponte Seca, segue depois em direcção a Monção por entre campos de cultivo e vinhas, numa pista de cor vermelha já bastante esbatida pelo tempo. Ecopista partilhada com os amantes das caminhadas e dos patins.

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“A fundação do mosteiro foi feita no período visigótico. Segundo uma inscrição no claustro o mosteiro foi destruído no ano 1000 pelo chefe árabe Almançor, nascido em Mação, sendo reconstruido em 1018 sob o patrocínio de Ganfried ou Ganfei, um cavaleiro francês que se tornou um santo, derivando do seu nome o nome da povoação e do mosteiro.

No século XVIII construíram-se as novas fachada e capela-mor, mantendo o restante da traça românica. Em 1760 foram transferidos os restos mortais de S. Ganfei para a igreja.”

Adiante pode visitar-se a Zona de Lazer da Pesqueira dos Frades, em Verdoejo,  aqui, pode também encontrar o Cemitério Medieval e o Cruzeiro do Adro Velho.

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A ponte metálica sobre o Rio Manco, foi a primeira ponte metálica ferroviária, deste género, a ser construída em Portugal, logo, mais um local de paragem obrigatório para o registo fotográfico.

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As várias estações e apeadeiros que fui encontrando pelo caminho, encontravam-se  quase todas fechadas e, algumas, com sinais de vandalismo, no entanto, os wc`s junto das mesmas, encontram-se disponíveis a quem quiser utilizar ou somente visitar! (riso)

Seguindo viagem entramos no troço de Monção, este de cor amarelada, cujo o terminus se situa no Lugar da Barca, Lodeira,  junto à EN 403, estrada que dá acesso à ponte internacional. Mas até lá ainda temos muito para ver…

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Este segmento do percurso é igualmente belo e tem também os seus pontos de interesse. Desde logo a passagem por Lapela, um pequeno núcleo habitacional de onde se destaca a Torre Medieval, atribuída ao reinado de D. Afonso Henriques, fazia parte da cortina defensiva de fronteira. O Castelo em redor foi demolido por volta do ano de 1706, reinado de D. João V, para a construção da praça de Monção, ficando apenas erguida a torre de menagem. “A Torre de Belém do Minho” – dizem alguns dos habitantes do local!

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Outro ponto de paragem obrigatória é o Miradouro de Troporiz, um recanto bucólico do percurso, um verdadeiro postal com o rio a ter papel de protagonista. 

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Continuando a pedalada por paisagens sempre agradáveis chegamos ao final do percurso… aqui, para aqueles a quem o trajecto abriu o apetite existe um estabelecimento de fast-food.

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Concluído o percurso era hora de regressar ao ponto de partida e fazer a avaliação.

Destaco como pontos mais positivos desta Ecopista: a beleza paisagística do percurso, a tranquilidade do mesmo e a possibilidade de aliar à diversão da pedalada alguns conhecimentos históricos através do património que vamos encontrando.

Os negativos são: o encerramento e vandalismo dos edifícios das estações e as barreiras que condicionam a circulação de outros veículos na ecopista, que para além de estarem parcialmente destruídas, são obstáculos aos utilizadores. Poderiam ser substituídas por pinos.

Deveriam ser corrigidos alguns pormenores como a limpeza e reparação do pavimento em alguns pontos do percurso, recolocar a sinalética vertical e os painéis informativos.

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Embora não tenha tido a felicidade de pedalar nas restantes ciclovias nomeadas, acho que o prémio recebido é merecido… Uma excelente ciclovia para descobrir em qualquer altura do ano.

A mim foi-me sugerido pelo Paulo Almeida, do blogue nabicicleta, o outono… não sei como será percorrer esta pista nas outras estações, mas pelo que vi e registei, esta é, de facto, fantástica.

Aventurem-se na descoberta, boas pedaladas.

10 opiniões sobre “Ecopista do Rio Minho

  1. Esta Ecopista do Rio Minho é de facto muito bonita, mas porque raio colocam aquelas barreiras de madeira tão apertadas, em vez de usarem pinos? O meu atrelado não passa aí (90 cm de largura), nem a minha bicicleta com alforges. Ou seja, tudo o que sejam pessoas a viajar em autonomia não conseguem usar a ciclovia sem retirar os alforges a cada barreira que passam. Não compreendo estas limitações? Será que só querem pessoal da “lycra” a andar ali, que levam a bicicleta em cima do carro? Já enviei mensagens para a Câmara Municipal de Monção e não demonstraram nenhuma vontade de alterar essas barreiras estúpidas. Isto é como se a ponte Vasco da Gama estivesse a 100 metros da margem em ambos os lados e os carros tivessem de apanhar um ferry na entrada e saída da ponte. Será que haveria muitos automobilistas a usar uma ponte assim? Claro que não. Mas isso nunca aconteceria, porque dificuldades é só para quem opta não usar o carro. É revoltante este tipo de sabotagem constante nas infra-estruturas para bicicletas. Parece que há sempre uma “mão invisível” por trás a introduzir imperfeições em pontos críticos, que anulam o usufruto do resto das pistas.

  2. Obrigado pelo comentário Gonçalo. A observação que fez em relação às barreiras são de facto mais um ponto negativo que não referi no texto… De facto não se entende a opção, alem de inestéticas, não são funcionais para os utilizadores. Algumas até se encontram bastante danificadas, outras já desapareceram parcialmente (julgo que de forma propositada).

  3. Parabéns pelo seu site, já lá vi um passeio que tenho agendado há algum tempo. Percurso do Dão. Vou ler com mais cuidado e quem sabe descubro outros locais fantásticos para pedaladas. Abraço

  4. Parabéns Nelson, por mais uma excelente reportagem a que nos foste habituando, informativa e bem documentada com fotografias bem apetitosas. É de facto uma das ecopistas mais belas e interessantes que temos e é merecedora do prémio que lhe foi atribuido. De facto, as barreiras dificultam e de que maneira a circulação das bicicletas, não se compreende que ainda existam quando depois, e continuando a seguir a pista, felizmente deixamos de as ver!
    Fico a aguardar a continuação da reportagem, da pista de segue de Valença até Gondarém (VN Cerveira). Pela vertente paisagística e qualidade do traçado, sem as tais barreiras, acho esse troço bem mais interessante. Perde-se um pouco o aspecto cultural e patrimonial, pois não segue um traçado ferroviário desactivado, e ganha-se na tranquilidade e beleza das margens do rio, da fauna e flora minhota.
    Obrigado pela referência.

  5. Obrigado Paulo. Inicialmente tinha pensado em fazer Cerveira – Monção, mas com o reforço da equipa com o benjamim tivemos de limitar a quilometragem.
    Assim é também uma forma de ir saboreando estes pequenos mimos velocipédicos e não os beber de forma sôfrega!!! 🙂
    Atendendo que não foi desta, acho que vou guardar esse trajeto para um possível Porto-Santiago, pela costa.
    Um abraço e votos de um dia com muita pedalada…

  6. Obrigado Dulce. Tem de planear um tour pelo norte e nessa altura aventura-se por estes caminhos lindos.

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