PR1 – Rota dos Moinhos PR2 – Rota das Aldeias Serranas – Lousã

Fomos desta vez caminhar por terras da Lousã… A Rota dos Moinhos da Serra da Lousã (PR1) e a Rota das Aldeias Serranas (PR 2). A Serra da Lousã, juntamente com a Serra do Açor e a Serra da Estrela, formam o mais imponente dos alinhamentos montanhosos de Portugal: a Cordilheira Central. Sendo fundamentalmente xistosa e pré-câmbrica, é portanto geologicamente muito antiga. Estas Serras fazem também a separação das bacias hidrográficas do Mondego e do Tejo.

O dia começou bem cedo, coberto de um manto cinza chumbo!!! Havia 150 Km de alcatrão à nossa espera e mais uns quantos quilometros para calcorrear por entre um imenso mar verde.

9. 30 horas da manhã, já na Lousã… (zona industrial), digo, Centro da Cidade (Acho que entedes o que quero dizer, amiga Isabel!!!). Minutos mais tarde e uns quantos passos adiante aguardavam-nos o grupo de caminheiros de S. João da Madeira, “liderados” pelo António Almeida. Depois dos cumprimentos e da habitual foto de família lá arrepiamos caminho para uma bela jornada… mas voltando ao início.

O PR1 é um percurso de pequena rota, circular, com uma extensão de 6,5 Km por caminhos de montanha… O percurso inicia-se e finda no Centro da cidade, junto à Câmara Municipal da Lousã, edifício do século XX (1930/1934) e foi edificado junto ao pelourinho (século XVI).

Adiante, a Igreja Matriz, erigida no século XIX, domina a praça Cândido dos Reis,  um pouco mais à frente o Palácio da Viscondessa do Espinhal, edifício do século XVIII classificado como património histórico, foi convertido recentemente numa unidade hoteleira…

Mais à frente e junto ao rio encontramos a levada que leva a água até à fábrica do Papel do Prado, criada em 1716.
É aqui que começa o caminho de terra do percurso “A Rota dos moinhos da Ribeira de São João”. Neste sector, o caminho decorre num trilho de grande beleza.

No sector entre a Senhora da Piedade e o Castelo, o traçado coincide como PR 2… e foi efectuado parcialmente!

As Ermidas de Nossa Senhora da Piedade estão situadas no morro em frente ao Castelo. Um conjunto de quatro capelas, cuja mais antiga é a de S. João, erguida no séc. XV. O Castelo da Lousã, também conhecido como Castelo de Arouce, pertence a uma das primeiras linhas defensivas criadas para controlar os acessos meridionais a Coimbra, na segunda metade do século XI. Nos primeiros tempos da monarquia, a localidade desempenhou um papel importante, a que não foi alheia a sua condição de vila de fronteira. Em 1124, uma incursão islâmica tomou o castelo e, de novo na posse do Condado Portucalense, foi agraciada com foral em 1151, por D. Afonso Henriques.
De acordo com uma lenda antiga, na época da ocupação muçulmana o castelo terá sido erguido pelo emir (chefe árabe) Arunce, para a proteção de sua filha Peralta e dos seus tesouros após derrotado e expulso de Conimbriga.

Mas antes de chegarmos a este ponto da caminhada e voltando à ribeira de S. João… o caminho faz-se serpenteando a serra, poe entre o cheiro da terra húmida, a fragãncia deixada no ar pelas “flores” dos carvalhos, ao som do trinar dos pássaros, na frescura da água que desce a montanha em belas cascatas que mais parecem longos cabelos de princesas… e assim, em movimento continuo… numa subida pouco íngreme mas que nos ocupa todo o aparelho respiratório… lá chegamos à mui linda aldeia de Talasnal.

Aí chegados aproveitamos para recompôr o estômago. No entanto, aproveito para informar que podem fazer um verdadeiro almoço nos restaurantes da aldeia. A chanfana que pululava pelas mesas do restaurante inebriava os sentidos!!! Caso seja esta a opção… depois de almoçarem, percorram as ruelas da aldeia e dirijam-se à próxima “tasca”, na “downtown”, para na esplanada, com a serra e o céu como limite, degustarem um bolinho regional, acompanhado pelo tão apetecivel café e um “cheirinho” de licor de gengibre.

Depois disto, regressamos ao caminho para o regresso ao ponto de partida…

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